40 mil M&As em 40 anos: Por que 75% deles falharam e o que podemos aprender com isto?

Pesquisa realizada ao longo de 40 anos com 40 mil transações de M&As ao redor do globo, serve de base para reflexões, aprendizados e recomendações.

Estamos entrando em 2025 e, apesar do cenário desafiador, o mercado de fusões e aquisições (M&A) no Brasil segue em movimento, ainda que o ritmo seja menos intenso se comparado aos últimos anos. Áreas como tecnologia, fintechs, saúde digital e sustentabilidade – destaque para energias renováveis – seguem atraindo atenções.

Fusões e aquisições (M&A) correspondem a estratégias utilizadas por empresas para expandir seus negócios, acessar novos mercados ou adquirir novas tecnologias. No entanto, pesquisa recém-publicada no livro The M&A Failure Trap: Why Most Mergers and Acquisitions Fail and How the Few Succeed, apresenta que uma parte significativa dessas transações falha em atingir seus objetivos. Segundo a pesquisa, a maioria das aquisições falhou em aumentar o crescimento das vendas pós-aquisição, economia de custos ou manutenção de preço das ações do comprador.
Os autores identificam uma “curva de aprendizado reversa” – que significa um aumento ao longo do tempo, na taxa de falhas em M&A.
A seguir, os principais responsáveis identificados na pesquisa pelas falhas nas transações ao longo do tempo:

1° Urgência

Muitas vezes, os executivos escolhem aquisições como primeira opção para resolver problemas como queda nas vendas ou perda de mercado. Ou seja: Em vez de também considerar alternativas como desenvolver capacidades internas ou formar parcerias, que muitas vezes oferecem melhor retorno sobre o investimento, eles cedem à pressão para realizar grandes aquisições. Isso pode levar a decisões precipitadas, como pagar caro por empresas que não se encaixam estrategicamente ou falhar na integração. As aquisições deveriam ser uma última opção.

2° Negócios Detratores de Valor

A pesquisa identificou características de alvos que costumam levar ao fracasso das aquisições:

Alvos Grandes: Integrar empresas grandes é complicado e pode exigir endividamento, o que aumenta o risco de fracasso.
Aquisições Conglomeradas: Compras de empresas de setores diferentes muitas vezes não geram sinergias e falham porque não fazem sentido econômico.
Alvos Operacionalmente Fracos: Tentar recuperar empresas em dificuldades geralmente não funciona como esperado.

3° Incentivos Desalinhados

CEOs costumam receber bônus apenas por completar aquisições, independentemente do sucesso. Além disso, suas remunerações aumentam com o tamanho da empresa, incentivando aquisições para garantir suas posições por mais tempo. Isso cria um foco na realização do negócio, e não em sua eficácia. Com um alto índice de falhas, é crucial mudar os incentivos para premiar o sucesso real das aquisições.

Principais insights da pesquisa de Baruch Lev e Feng Gu

Expectativas irrealistas: Muitas vezes, as empresas superestimam os benefícios potenciais de uma fusão ou aquisição, subestimando os desafios operacionais e culturais envolvidos na integração.
Foco excessivo em sinergias financeiras: Enquanto as sinergias financeiras são frequentemente um dos principais drivers de fusões e aquisições, a pesquisa destaca que ignorar aspectos culturais e de gestão pode levar a falhas significativas na integração.
Falta de planejamento adequado: A pesquisa aponta que um planejamento estratégico insuficiente é um dos principais fatores de fracasso. As empresas frequentemente não têm um plano detalhado para a integração pós-aquisição, o que leva a problemas de execução.
Problemas de comunicação: A comunicação inadequada entre as partes interessadas pode resultar em mal-entendidos e conflitos, que são prejudiciais para o sucesso da transação.

O Planejamento Estratégico faz a diferença para todos os players

Um planejamento estratégico eficaz pode ser a chave para mitigar os riscos associados a fusões e aquisições para toda e qualquer parte interessada na transação:

Para “Empresários e Executivos” que buscam a venda do negócio
_Valorização Adequada: Um planejamento estratégico pode ajudar a avaliar o valor real da empresa, garantindo que ela seja vendida pelo preço justo.
_Preparação para Due Diligence: Garantir que todas as informações financeiras, legais e operacionais estejam em ordem pode facilitar uma due diligence tranquila.
Para “Intermediários” que assessoram de compra e venda
_Análise de Mercado: Compreender as tendências do mercado e as necessidades dos compradores potenciais ajuda a identificar as melhores oportunidades de venda ou aquisição.
_Estratégias de Negociação: Um planejamento sólido pode proporcionar estratégias eficazes de negociação que maximizam o valor para ambas as partes.
Para “Empresas” que buscam adquirir outros negócios
_Identificação de Alvos Adequados: O planejamento estratégico pode ajudar a identificar empresas-alvo que se alinham com os objetivos de longo prazo da organização.
_Plano de Integração Pós-Aquisição: Desenvolver um plano detalhado para a integração das operações, cultura e sistemas entre as empresas certamente reduz os riscos e aumenta as chances de sucesso.

Como a Recíproka pode apoiar o processo de M&As:

O Planejamento Estratégico aplicado pela Recíproka pode ser realizado em versões que vão de 1 a 8 semanas e em sessões (oficinas) presenciais ou online, com os principais executivos e líderes da organização. Por meio de metodologia proprietária, a Recíproka catalisa a inteligência do time e oferece conteúdos de interesse para apoiar e impulsionara troca de conhecimento durante o Planejamento. Ao longo dos encontros e de maneira cadenciada, serão explorados temas como: Propósito, Tendências, Mercado e Cadeia de Valor, Modelo de Negócios, Cultura e Design Organizacional, Perfis de Público, Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, culminando nos Objetivos Estratégicos.
Ao final do processo, a organização recebe todo conteúdo produzido ao longo dos encontros pelo time, sistematizado e de forma consistente, pronto para consulta e uso. Não à toa, esse documento se chama “Bússola do Negócio” e torna-se um instrumento de base para ativação das estratégias e táticas da organização, bem como para análise de investimentos diversos, incluindo possibilidades de M&A.

Se você é empresário (a) em busca da venda do seu negócio, intermediário (a) que apoia as transações ou líder de um negócio que tem aquisições como parte de sua estratégia, venha tomar um café com a gente e conhecer nossa metodologia proprietária que vai fortalecer suas decisões e potencializar seu processo de M&A.

Recíproka. Estratégias ágeis que geram impacto.

Fontes:
Infomoney, 15/11/2024

The M&A Failure Trap: Why Most Mergers and Acquisitions Fail and How the Few Succeed

by Baruch Lev, Feng Gu (2024).

Escrito por Recíproka Estratégia.